No próximo dia 28 de setembro, às 19h, o romancista Domingos
Ailton lança o livro Anésia Cauaçu no Museu Regional da UESB – Casa Henriqueta
Prates em Vitória da Conquista. O lançamento conta com apoio da Pró-Reitoria de
Extensão e Assuntos Comunitários da UESB- Proex e da Secretaria Municipal de
Cultura e Turismo da Prefeitura Municipal de Vitória da Conquista.
Anésia Cauaçu, de Domingos Ailton, é um romance histórico que
tem como protagonista uma mulher que esteve à frente do seu tempo. Anésia foi a
primeira mulher no sertão baiano de Jequié a ingressar no cangaço, a liderar um
bando de cangaceiros, a praticar montaria de frente, já que as mulheres de sua
época montavam de lado em uma sela denominada silhão, e a vestir calças
compridas (as mulheres do período em ela viveu apenas usavam vestidos e saias)
nos momentos de combate para facilitar o enfrentamento de jagunços dos coronéis
e das tropas policiais, além de ter sido a primeira mulher branca a lutar
capoeira, antecedendo mulheres como Maria Bonita, Dadá e Lídia no cangaço. No
ano em que nasceu Maria Bonita nasceu, 1911, Anésia Cauaçu já estava no
cangaço. O livro se reporta à formação de Ituaçu, antigo Brejo Grande e às
brigas de duas famílias da localidade: os Silvas, chamados de
"rabudos", e os Gondins, denominados de "mocós”. O major Zezinho
dos Laços (um dos líderes dos “rabudos”) exige que Augusto Cauaçu acompanhe seu
grupo de jagunços em uma emboscada contra a família Gondim. Por conta da recusa
de Augusto, este é assassinado a mando de Zezinho dos Laços. Então, a família
Cauaçu se reúne e resolve vingar a morte, assassinando Zezinho dos Laços seis
anos depois em uma tocaia na Fazenda Rochedo, com uma bala feita do chifre de
um boi preto, que fora confeccionada pelo pai de santo Heitor Gurunga, um sacerdote
da religiosidade afro que cuidava do povo pobre da região. O irmão de Zezinho,
Cassiano do Areão, o cunhado, coronel Marcionílio de Souza e o filho deste,
Tranquilino de Souza, passam a perseguir e matar membros da família Cauaçu e do
bando de cangaceiros que acompanha o grupo, comandado por Anésia e seu irmão
José Cauaçu.
Anésia Cauaçu lidera e enfrenta vários combates com coragem e
uma força extraordinária, já que, em muitos momentos, ela "envulta"
(desmaterializa), transformando-se em uma rocha ou toco de árvore.