Parque Zoobotânico
da Matinha, que antes era orgulho dos itapetinguenses, considerado o único
zoológico do interior do estado e reserva florestal com árvores nativas, agora
transformou-se em vergonha. Fechado há quase um ano, o local tem sido vítima da
ação de vândalos, que além de roubarem algumas espécies, ainda matam outras em
plena luz do dia.
Em 2013 o sumiço de
um jacaré do papo amarelo virou caso de polícia e até de piada nas redes
sociais. Antes porém, quando ainda estava aberto ao público, o descaso com o
viveiro das antas, que estavam sendo comidas vivas pelos urubus, levou a
secretaria de Meio Ambiente do município a ter que fechar o parque para
“reformas”, a fim também de tentar fazer um “controle do número de urubus” no
local, depois que o Ministério Público e agentes do Ibama lá estiveram. A data
marcada para entrega do Parque novamente à comunidade foi 12 de outubro, Dia da
Criança, mas não foi cumprida pelo prefeito José Carlos Moura e sua equipe.
Então a data de 12 de dezembro foi escolhida como segundo plano de reabertura,
marcando o aniversário da cidade. Nada feito, a Matinha continua fechada e o
antigo secretário responsável pelo Parque, Carlos Leôncio, foi exonerado do
cargo.
Indignado com o
tamanho descaso que o assunto ganhou, o vereador Eliomar Barreira (Tarugão) –
PRP, tem feito uma campanha visando ganhar aliados que possam juntamente com
ele pressionar o poder público municipal a fazer as reformas necessárias para
que o local volte a ser freqüentado pelos moradores da cidade e visitantes que
às vezes chegam em caravanas para conferirem a flora ali existente e conhecerem
as várias espécies animais. “E é triste dizer que corremos o risco de ficarmos
praticamente sem ter o que visitar depois, uma vez que a ação de vândalos tem
colaborado para o sumiço e morte dos animais da Matinha”, disse o vereador
Tarugão à reportagem de Dimensão, depois de ter novamente passado pelo vexame
de esperar horas a fio que fosse liberada a sua entrada no local, ao saber que
um gavião tinha sido morto por um menor com um estilingue ainda dentro do
próprio viveiro. “Na realidade fomos cumprir o nosso papel de vereador, indo
fiscalizar pessoalmente aquele local para entendermos o que está acontecendo.
No sábado passado, 28, ficamos sabendo que mais animais acabaram sumindo e o
responsável técnico pelo Parque Zoomatinha prestou queixa na polícia Civil. Um
menor de 12 anos teria invadido o parque pelos fundos, chegando ao viveiro de
um gavião da cauda branca, passou pela tela que envolve o viveiro e com um
estilingue acertou o animal na cabeça. Quando o menor se preparava para levar o
gavião, foi surpreendido pelos Guardas Municipais que acionaram a polícia. Na
Matinha constatamos a veracidade do fato, tendo o veterinário Robert Lemos nos
mostrado o animal que estava em um freezer, para evitar a decomposição”, contou
o vereador, enfatizando que também foi verificado que ladrões estiveram no
viveiro dos porcos-selvagens, os “Queixadas”, onde tentaram abater alguns. O
local apresentava manchas de sangue em uma das paredes internas, um dos animais
estava ferido e verificou-se que outro foi abatido fora do parque, nas
proximidades do Rio Catolé que passa nos fundos da reserva florestal.
“Como se não
bastasse o descaso da administração do prefeito José Carlos Moura com o local,
a tão esperada reforma que foi anunciada não aconteceu, verificamos que apenas
foi feita uma ampliação da sala de administração e alguns locais estavam
ganhando melhorias que ficaram pelo meio do caminho. Mais assustador ainda é que
ficamos sabendo que só nos últimos dias, foram roubados da Matinha uma grande
quantidade de animais: 12 coelhos, 3 jabutis, 2 queixadas e 1 gavião. E pelo
que pudemos notar, esses furtos acontecem com frequência, isso porque não há
quantidade necessária de vigilantes para garantir a segurança no local”,
comentou o vereador Tarugão.
Ainda no ano
passado, o roubo de uma Arara Canindé também ganhou repercussão. Ela foi
devolvida ao local depois que um pai de santo comprou a ave de um rapaz que
queria matá-la para comer, caso não conseguisse quem quisesse lhe pagar por
ela. A arara Canidé já chegou inclusive a ser “cartão postal” do Zoomatinha,
depois que se conseguiu a sua reprodução em cativeiro naquele local.
Fonte da Matéria: Jornal Dimensão
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