Matança
de gatos por envenenamento proposital em nossa cidade é uma constante, em todos
os bairros, no centro da cidade mais de 8 gatos de rua foram mortos somente em
junho deste ano, segundo denuncias recebidas pela S.O.S. Animais de Rua. Na Rua
Osvaldo Cruz de 2008, até a presente data, foram mortos por envenenamento, mais
de 20 gatos.
Maltratar, abandonar e matar animais é crime
(Lei de Crimes Ambientais nº 9.605/98), portanto o “criminoso” mora nas
imediações e continua a agir de maneira covarde mesmo após diversas denuncias
repassadas ao Ministério Público, Ouvidoria Municipal, Vigilância Sanitária e
Polícia Militar. Como não houve ainda uma solução para este problema, a S.O.S
aconselha aos criadores de gatos que os mantenham longe de possíveis
criminosos, através da castração destes animais para evitar superpopulação e a
devida colocação de telas nas janelas das casas, prevenindo assim a sua saída
ou o contato com novos indivíduos. Criadores de gatos precisam estar cientes de
que algumas pessoas não gostam destes animais ou por puro pré-conceito, causado
por falta de conhecimento a seu respeito, são capazes de atrocidades.
A
toxoplasmose é uma zoonose causada pelo protozoário Toxoplasma gondii (NICOLLE
& MANCEAUX, 1909), que parasita um grande número de espécies de mamíferos e
aves (FRENKEL et al., 1970). Os hospedeiros definitivos são certas espécies de
felinos, entre eles o gato doméstico (FRENKEL et al., 1970). Os humanos são
vulneráveis à infecção que trás sérias consequências (FRENKE, 1990). A
exposição de mulheres ao T. gondii durante o primeiro terço da gestação pode
resultar na morte do feto ou graves defeitos na criança. A infecção de humanos
com câncer, AIDS, transplantados, pode resultar em encefalite, cegueira (LUFTZ,
1984).
O
que oferece este risco á saúde humana é a ingestão de cistos do Toxoplasma em
carnes mal cozidas (principalmente a suína), oocistos de Toxoplasma (ovos) em
água contaminada, ou na forma congênita (de mãe para filho) (NAVARRO et al.,
1992). Os gatos podem adquirir a doença quando são alimentados com carne crua.
O solo contaminado com oocistos nas fezes dos gatos domésticos é uma via de
transmissão de grande importância epidemiológica, mas o contato com o animal
não resulta grande perigo porque os oocistos não se aderem aos pêlos do gato
(FRENKEL, 1970). Por causa de seus
cuidadosos hábitos de limpeza, matéria fecal não é encontrada na pelagem de
gatos clinicamente normais, portanto a possibilidade de transmissão para seres
humanos pelo ato de tocar ou acariciar um gato é mínima ou inexistente (NETTO
et al., 2003). Mordidas, arranhões são improváveis vias de transmissão, pois os
protozoários dificilmente estarão presentes na cavidade oral ou saliva de gatos
com infecção ativa ou infecção crônica.
A prevenção da infecção de cães e gatos
baseia-se principalmente em cuidados com a alimentação deles, não permitindo o
consumo de carne crua ou mal-cozida por estes animais, prevenindo assim a
exposição a cistos teciduais. Os animais devem ser mantidos em casa e bem
alimentados, prevenindo que venham a caçar roedores e aves, que possam estar
infectados (MASUR, 1990; FORTES, 2004).
Pesquisadores
norte americanos estudaram a distribuição de cistos de T. gondii em tecidos
suínos utilizados para consumo humano (ARISTEU et al., 2010) e concluíram que o
T. gondii pode sobreviver até um ano em vários cortes comerciais e em vários
órgãos utilizados para o consumo, portanto uma das formas de reduzir a infecção
humana pelo T. gondii é destruir os cistos da carne cozinhando-a até uma
temperatura de 67°C por 20’, com garantia de que o calor penetre igualmente no
alimento. O congelamento à -13°C por 18 a 24hs pode ser considerado um meio de
destruição dos cistos (HILL & DUBEY, 2002). Deve ser evitado o consumo de
leite de cabra não pasteurizado, lavar bem as mãos e utensílios após mexer em
carne crua para não ingerir formas infectantes, assim como lavá-las após
contato com fezes de gato, ou após mexer na terra, que podem estar contaminadas
com oocistos (NAVARRO et al., 1992). Existe também uma alta taxa de
contaminação entre os trabalhadores de frigoríficos do que na população em
geral sugerindo que o manuseio desprotegido de carcaças e vísceras também
representa um risco de infecção (MILLAR et al. 2007).Os gatos de rua são “de
rua” devido à irresponsabilidade humana, uma vez que quando gatos não castrados
são criados soltos saem sozinhos para “caçar”, geralmente estes animais se
reproduzem sem controle, as gatas que vão pra rua, voltam prenhes e os
resultados desta liberdade são os “filhotes na Rua”. O abandono é pior que a
morte em alguns casos, um filhote de gato abandonado que nunca conhecerá um
lar, ficará sujeito a uma morte lenta por fome, frio, atropelamento, doença,
violência, enfim diversos fatores (ESTRELLA, 2008). A pessoa que abandona acha
que assim se livra da responsabilidade quando na verdade ela é a culpada pelo
problema de superpopulação de gatos de rua sujeitos a doenças e causadores de
riscos á saúde pública. É necessária uma mudança de postura a este respeito.
Uma boa interação entre homem e animal traz benefícios não só para o homem (SERPELL,
1993), mas, também, para o animal com relação a sua alimentação, moradia, lazer
e condições sanitárias (WILLE R., 1984).
Em
busca de uma relação harmônica entre homens e animais, criamos esta Associação
e contamos com o apoio de todos que se interessem pelo assunto. A S.O.S. Necessita da sua ajuda para
continuar realizando este trabalho, colabore, participe e seja bem vindo! Informe-se, utilize a nossa página do
facebook https://www.facebook.com/itapetingasos em caso de denuncias de maus
tratos, resgates, adoções e doações de material para consumo. Entre em contato
caso também queira ser um voluntário ou colaborador. Para doações em dinheiro:
(conta na caixa economica cc 19729-1 Ag 0635 op 13). Muito obrigada!
*Este
texto foi escrito baseado em denuncias e na realização de pesquisa
bibliográfica.
Autora:
Heneile Nascimento Carvalho, Bióloga, Presidente da S.O.S Animais de Rua de
Itapetinga, Gestão de 2013.
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